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Mostrando postagens de abril, 2025

Banco vazio

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“Banco vazio” é uma coletânea de textos breves que compõem a obra de estreia na literatura do senhor Welington Souza.  O autor baiano reúne pequenos textos ficcionais que se alternam entre os gêneros da crônica, e do conto breve, agrupados em capítulos sob os títulos de “vivências”, “lembranças”, “recomeço” e “devaneios”.  Na crônica de Souza encontramos acontecimentos e reflexões da vida ali do rés-do-chão, resgatados da memória de um protagonista/autor que repassa sua trajetória de vida desde a infância pobre no interior da Bahia, até o encontro com uma maturidade existencial que lhe permite (a ele e a nós leitores), estabelecer ou ressignificar a dimensão de coisas e pessoas com quem tivemos a sina de compartilhar nossas existências. Outros textos se inclinam para o gênero do conto - ainda que de modo embrionário -, com esboços de enredos, conflitos e desfechos sempre de teor instrutivo e reflexivo. São textos muito singelos, vertidos em uma linguagem simples e coloquial, q...

Você tem fome de quê?

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Literatura é reino amplo, de topografias diversas. Cada qual com seus séquitos. Nenhum rei à vista, muitos príncipes e outros nobres postulantes a senhores da palavra. A divisão dos territórios, em gêneros, nem sempre de fronteiras claras. Zonas de conflito. Mas vale mesmo é trafegar por ele, mesmo sem mapas, sem indicações precisas. Ir pelos caminhos, descobrindo-lhes as paisagens. Encontrar outros viajantes como o talentoso Whisner Fraga que faz da palavra literária instrumento de uma geopolítica artística que não visa restringir territórios, mas ampliá-los. Alguns destes trajetos, ainda pouco sinalizados, já têm guias como ele que transcende os gêneros novos surgidos à sombra da comunicação instantânea imposta pelos meios de comunicação de massa eletrônicos e sacramentada pelas redes sociais, com mensagens medidas que cabem em postagens centimétricas, caracteres contados. Mais que isso, dizem, gera dispersão, tédio. Os bardos, menestréis e griôs adaptam-se; economizam-se; adensam-se...

Palavras para dias de chuva [& para outros dias também]

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Acaba de ser lançado pela novíssima Editora Sinete o livro de poesias “Palavras para dias de chuva”, da autoria do escritor, desenhista e compositor paulistano Rodrigo Scott. A obra em formato de bolso, 12 x 18cm é divida em cinco blocos temáticos, todos precedidos de breves epígrafes. Um livro de reduzida extensão é certo (88 páginas), mas que apresenta peculiaridades que a tornam maior pelas implicações decorrentes da leitura atenta dos poemas. A começar pelas belas ilustrações produzidas pelo autor e que, em boa medida, se entrelaçam às temáticas abordadas. Outro ponto que merece destaque é o próprio título do livro. “Palavras para dias de chuva”, que remete a certo sentimento de que tais dias são mais propensos à reflexão porque despertam saudade, nostalgia, e  proporcionam momentos de tranquilidade e reflexão. Entretanto, Rodrigo Scott vai mais além.    Em nota introdutória, o autor pontua que os poemas foram agrupados em temas que se relacionam. “Na parte 1, por exe...